(This post will be available in English very soon!)
Dando continuidade a série de entrevistas com bolsistas do CsF ao redor do mundo, hoje temos um depoimento direto dos EUA! O entrevistado de hoje é o estudante Breno Lemos. Vamos descobrir o que o Breno tem a nos dizer sobre sua vida nos Estados Unidos!
Nome (name): Breno Lemos de Melo
College / University: University of Missouri – Kansas City
País (country): Estados Unidos / U.S.
Período: 5°
Curso no Brasil (University Program): Engenharia Civil / Civil Engineering
1. Quando e como você decidiu se inscrever no CsF? When and how did you decide to participate of the SwB Program?
1. Quando e como você decidiu se inscrever no CsF? When and how did you decide to participate of the SwB Program?
Assim que
entrei na faculdade em 2012 ouvi falar do programa por meio de um professor que
foi nos incentivar a participar do Ciências sem Fronteiras. A principio, fiquei
extremamente surpreso e empolgado com a chance de poder viajar ao exterior e
estudar sem custos, entretanto achava que era um sonho muito distante e difícil
de realizar. Um ano depois apliquei para a Chamada 143 dos Estados Unidos.
2. Quais foram seus principais motivos para escolher esse país/língua? Qual o seu nível de domínio da língua estrangeira do país antes da viagem? What were your main reasons for choosing this country / language? What was your English level before the exchange?
Eu estava
muito em dúvida entre o Reino Unido e os Estados Unidos. Ambos iriam me
proporcionar experiências muito construtivas, mas acabei por fim escolhendo os
Estados Unidos mesmo. Era um sonho de infância que eu tinha. Viver a realidade
americana e os costumes locais, bem como celebrar os feriados nacionais que
sempre me chamaram tanto a atenção. Sempre ouvia dizer que o país era
extremamente desenvolvido e claramente uma das maiores potências mundiais,
então quis vir e sentir na pele o que é ser um aluno de intercambio. Sempre
tive uma paixāo muito grande pela língua Inglesa e busquei aprender tudo que eu
pude no Brasil. Fiz cursos de inglês por anos e quanto mais o tempo passa, mais
eu me apaixono. Me considerava fluente até vir para o intercambio e perceber
que por mais que você tenha domínio de uma língua e saiba se comunicar, nunca é
o suficiente. Sempre vāo existir coisas novas pra incorporar.
3. Quais foram os principais desafios que você enfrentou quando você chegou nesse país? What were the biggest challenges that you faced when you arrived there?
Sem
dúvidas o meu maior desafio nos Estados Unidos ainda é a comida. Nunca vou me
acostumar com a quantidade de gordura que as refeições contém. Sem falar no
sabor dos alimentos, que nāo é o mesmo nem sequer nas frutas. Tudo é muito doce
ou muito apimentado, isso quando nāo é sem gosto. Tento ingerir o mínimo de
gordura possível, e as vezes na correria da rotina tenho que ir em Fast Food.
Nāo consigo mais sequer sentir o cheiro de pizza e hambúrguer que já me sinto
mal. O jeito mais fácil é comer em restaurantes mexicanos e pedir para tudo vir
sem pimenta. É um pouco parecido com o que comemos no Brasil porque tem arroz,
feijão, carne, frango e salada. Fora isso, tive um pouco de dificuldade de me
adaptar ao frio rigoroso do Inverno. Anoitece mais cedo nessa época do ano e
por meses eu raramente via o sol, mas depois de um tempo acostumei. A falta de
sol traz muito sono e seu corpo desacelera, então tive que me organizar melhor
para conseguir dar conta de acordar cedo e fazer as minhas atividades. Nada
muito complicado.
4. Cite três coisas que você gosta nesse país. Cite também três coisas que você não gosta. Could you tell us three things that you like in that country? Cite also three things that you do not like.
Uma das
coisas que eu mais gosto é o sistema de transporte público que é na maioria das
cidades muito bom, climatizado e seguro. Poucas vezes se torna necessário usar
táxi ou carro para chegar nos destinos. Na cidade que moro por exemplo os
estudantes da universidade tem acesso gratuito com o cartão da Universidade.
Gosto muito da segurança também. Andar na rua sem medo de ser assaltado é uma
coisa que não tem preço. Tenho que dizer que sou muito feliz hoje pela
qualidade de vida oferecida pelo país, que de modo geral é muito boa e prioriza
o cidadão. Uma coisa que eu acho que poderia melhorar sem dúvidas é a área da
saúde. Ela é muito boa, mas infelizmente cobra um preço alto por qualquer
serviço prestado. Recentemente tive que me vacinar por conta de uma lei da
Universidade que estou fazendo pesquisa e meu plano de saúde cobre só uma parte
do valor total, e mesmo assim, ainda tive que pagar aproximadamente 230 dólares
por uma simples vacinação. Conheço pessoas que pagam milhares de dólares quando
precisam de um atendimento hospitalar. É realmente um dos pontos negativos mais
fortes.
5. O que há de mais diferente no estilo de vida do país do intercâmbio em relação ao Brasil? What are the main differences between the Canadian lifestyle in relation to Brazilian lifestyle?
Definitivamente
os americanos são
muito mais acelerados e imediatistas que os brasileiros. Isso se reflete em
tudo. Nas filas, no trabalho, na sala de aula, mas principalmente na
necessidade de que tudo esteja pronto e funcionando o mais rápido possível. Não
vejo isso como uma coisa ruim, e não é atoa que os Estados Unidos alcançou esse
nível, mas as pessoas vivem pra trabalhar. Quando muito os trabalhadores tem férias
de 10 dias ao ano e esse ritmo de vida não me agrada muito. Todos precisamos
nos aperfeiçoar, trabalhar e ir construindo a vida, mas no ritmo americano,
tudo vem em função de fazer mais dinheiro. Respeito muito isso e admiro as
pessoas que conseguem viver anos dessa forma. É uma tendência que cada vez mais
as pessoas se dediquem ao seu trabalho.
6. Como são as pessoas do país? Defina em 3 características, se possível. How are people in that country? Cite 3 characteristics if possible.
Posso
dividir os americanos que conheci em 2 grupos bem distintos, mas a grande maioria
deles são simpáticos,
abertos a outras culturas e dispostos a criar laços de amizade depois de uma
certa insistência e tempo de convivência. Mas o que devo realmente frisar é que
eles necessitam que todos respeitem o seu individualismo e o seu espaço, assim
como suas opiniões. Os brasileiros são infinitamente mais sociáveis e simples de dialogar.
Reforço a ideia de que não são todos, mas adorei a cultura americana, talvez
porque eu seja do mesmo jeito.
7. Onde e como você ficou acomodado? Where and how were you accommodated (apartment, homestay)?
Fiquei acomodado
no dormitório da própria Universidade dividindo apartamento com outros colegas
do programa Ciências sem Fronteiras.
8. Você teve momentos de depressão ou tristeza profunda? Como lidou com a saudade? Did you have moments of depression or deep sadness? How did you overcome the homesickness?
Não tive momentos de
depressão, mas tive raros momentos de tristeza. Acredito que era um sonho tão
grande fazer o intercambio que eu não tive muitos momentos ruins. Mas claro que
senti muita saudade da família, principalmente em dias festivos. Lembro de um
dia que eu senti bastante saudade. Foi o dia do meu aniversário. Nunca havia
passado essa data longe dos familiares, mas foi apenas um momento de leve
tristeza. Fico trabalhando na minha mente a ideia de que pra algo maior dar
certo devemos abrir mão de algumas coisas. Algo que me ajudou muito a aliviar
alguns momentos de estresse foi conversar com amigos que fiz no intercambio. Eu
me sentia leve e de alguma forma renovava minhas energias pra seguir em frente.
Tenho que agradecer muito por ter conhecido algumas pessoas que foram realmente
um dos maiores presentes da minha estadia no exterior.
9. Descreva a sua Universidade/College (pontos positivos e negativos). Describe your University / College (positive and negative aspects).
A University of Missouri – Kansas City ou UMKC é
uma excelente universidade. Não
é muito grande, mas atende perfeitamente a proposta. Atualmente estou fazendo
pesquisa na Arizona State University que é bem maior e eventualmente tenho que
andar muito pra chegar a determinados prédios, o que não acontecia na UMKC.
Isso é um ponto positivo. Todos os lugares são bem acessíveis a pé. Algo que
devo colocar como ponto negativo é a ementa do curso de Engenharia Civil, que
não era tão atraente em alguns pontos. Realmente não segui a linha de
raciocínio de fazer matérias que eu já irei estudar no Brasil, uma vez que
estou aqui pra estudar coisas novas, mas eventualmente por essa falta de
flexibilidade da ementa americana eu tive de escolher matérias exatamente
iguais a ementa brasileira. Algumas eu nem tinha o pré-requisito e fiz o que pude
pra garantir uma boa nota.
10. O que você considera mais importante durante seu intercâmbio acadêmico? What is the most important aspect in this academic exchange?
Há tantas
coisas a se considerar que eu não tenho certeza da mais importante. Mas algo
crucial pra minha vida foi a certeza de que eu consigo levar uma vida adulta
tranquilamente. Passei o ano todo longe de casa, imerso numa cultura
completamente diferente e mudei de cidade 2 vezes nos Estados Unidos, sempre
tendo que recomeçar a cada mudança. Cresci muito com essa experiência e sei do
meu potencial. Minha confiança hoje é das maiores possíveis. Principalmente a
de que com esse intercambio, muitas portas vão se abrir pro futuro. As
vivências foram o mais importante.
11. Quais benefícios esse intercâmbio te proporcionou? Qual o seu nível de domínio da língua estrangeira HOJE? What benefits this exchange has offered you? What is your English level today?
O
intercambio abriu a minha mente para muitas coisas que antes eu julgava
desnecessárias talvez por uma falta de maturidade e sem dúvidas atualizou minha
visão de mundo. Não tenho medo de enfrentar desafios e criei uma confiança
muito grande de que sonhar faz muito bem desde que se mantenha o pé no chão.
Todos podem fazer o que quiserem. Nada é impossível. Talvez não tão provável,
mas persistir é a chave do sucesso. Meu domínio da língua hoje não poderia ser
melhor. A confiança em falar inglês está muito próxima a de falar português,
exceto quando necessito tratar de emoções ou sentimentos. Nesse último caso
ainda é muito difícil expressar com o mesmo entusiasmo da língua mãe o que
desejo. Acredito que seja comum de acontecer.
12. Que recomendações você daria a outros estudantes interessados em participar do programa nesse país? What recommendations would you give to other students that are interested in participating in the SwB program in that country?
Recomendo
muita organização e preparo psicológico. A primeira coisa a se fazer antes de
vir para o intercambio é ter em mente que a vida no Brasil vai ficar em pausa
durante todo o período de permanência no exterior. Não misturem as duas
realidades, porque as chances de ter problemas pessoais que vão desestimular e
tirar o foco são muito grandes. Muita atenção com os prazos e documentos
necessários. Lembrem-se que vão ter que viajar pra outra cidade pra tirar visto
na maioria dos casos, então já se preparem com antecedência a respeito disso.
No mais, desejo boa sorte nos exames de proficiência que são bem estressantes e
como dica, vivam o intercambio a cada dia o máximo que puderem, porque no final
das contas só depende de você fazer com que a sua estadia no exterior seja a
melhor experiência da sua vida até o momento, como está sendo para mim.
O Living Without Borders agradece a participação e colaboração do Breno neste projeto!
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