Depois de inúmeros emails, finalmente eu recebi a resposta definitiva da universidade no Canadá. Era a carta de aceite do Camosun College, a prova concreta que eu realmente iria viajar!
Nesse momento fiquei muito alegre! Depois de toda aquela longa espera, o resultado finalmente saiu. Com o resultado em mãos, agora era necessário prosseguir com as novas etapas do processo. Mas e agora? O que um bolsista aprovado no CsF precisa fazer após receber a confirmação da aprovação? Vou explicar tudo nas seções abaixo.
Primeiro de tudo: a primeira bolsa. A bolsa geralmente é depositada entre 10 a 30 dias antes da data para apresentação na universidade de destino. Antes disso, você deve providenciar diversos documentos, vamos à lista:
1. Passaporte
A emissão do Passaporte é relativamente simples e tem um custo de aproximadamente R$156,07. Para emitir seu passaporte, acesse o site www.dpf.gov.br/servicos/passaporte
Se você já tem um passaporte, e a data de validade expira no período do CsF, você não precisa esperar até o vencimento do seu atual passaporte para solicitar outro. Recomenda-se até solicitar a “renovação” (entre aspas pois na verdade você vai ter de emitir outro passaporte), já que as informações do número novo de passaporte serão solicitadas para o requerimento do visto e compra da passagem.
2. Visto de Estudante (vou explicar mais sobre isso em outro post)
Essa etapa é muito importante e exige tempo e paciência. Você só poderá exigir seu visto após receber sua carta de custeio pelo CAPES ou CNPq, então não saia agendando o visto sem receber a orientação da CAPES ou CNPq. Já que as solicitações levam tempo e podem incluir viagens para outras cidades para entrevistas não deixe esta etapa para última hora! Algumas vezes você vai receber as cartas de custeio bem em cima do prazo, então já comece a guardar um dinheiro para evitar de não conseguir pagar o deslocamento para o escritório do consulado do país para o qual você vai se mudar!
Alguns consulados podem solicitar exames médicos como procedimento para a solicitação do visto. Então, guarde recursos financeiros para essas solicitações também, em alguns casos (i.e., Canadá e Austrália) o valor de uma consulta médica pode chegar a R$400,00 (valor com referência em Belo Horizonte-MG). Acesse http://www.consulados.com.br/brasil/ para informações sobre os vistos de diversos países.
3. Passagem Aérea
Mais um gasto que será “reembolsado” mais à frente pela CAPES ou CNPq. Você deverá comprar a passagem com as suas economias. Uma dica é pesquisar no Decolar.com para encontrar as melhores tarifas das empresas aéreas. Simule datas em dias com menor procura (ex.: domingo, terça, quarta), que costumam ter melhores preços. Se possível, não deixe para comprar quando receber a bolsa, comprar antecipadamente pode te ajudar a economizar um pouco. Há alunos que conseguem comprar por preços iguais ou menores do que os que compraram 1 mês antes da viagem, por exemplo. Mas isso é muito raro e na maioria dos casos, quanto mais próximo da viagem, mais caro será a passagem!
Após pesquisar o melhor dia, a dica é comprar direto no site da empresa aérea, já que não tem cobrança das taxas de serviços adicionados pelas agências de viagens.
Para intercambistas que ficarão no exterior por 16 meses, comprem apenas a passagem de ida(Brasil/País de destino), e compre a passagem de volta com 6 meses de antecedência da data final do programa (comprar com antecedência pode ajudar a melhorar o preço!). Isso porque, apesar da ida+volta (round trip) ter um preço melhor, em geral o bilhete de volta só pode ser adquirido até 365 dias após a data da ida, impossibilitando o uso ou remarcação da volta!
Para os intercambistas com programa CsF de duração de até um ano, vale a pena pesquisar passagens de ida+volta pois o preço será melhor!
4. Moradia
GASTE BASTANTE ENERGIA NESSA ETAPA, pois definir o local para morar no país de destino não é uma tarefa simples. Pesquisar a acomodação pela internet exigirá muita calma e paciência.
Comece entrando em contato com a Universidade que irá recebê-los para checar o tipo de acomodações disponíveis. As Universidades estrangeiras costumam ter o setor de intercâmbios muito bem estruturados, então eles deverão te enviar informações acerca das opções que eles lhe sugerem. Algumas opções comuns:
a) Moradia da universidade(on campus): Depende das condições que a Universidade oferece para o intercambista. O valor da sua bolsa será menor do que a dos alunos que optarem por morar off-campus. É o mais recomendável, quando disponível.
b) Albergue/Hotel: Opção mais cara. Indicamos pesquisas nas redes: HiHostels, HostelWorld,Booking, TripAdvisor.
c) Homestay: Casa de família, que em geral estão cadastradas nos sites das universidades escolhidas. Tente morar em uma homestay pelo menos pelos 3 primeiros meses. O processo de mudança para um novo país pode ser muito difícil para alguns, por mais que você esteja 150% certo de que quer se aventurar sozinho em outra cultura, sugerimos a homestay. Nesse tipo de moradia você interage, participa e aprende muito mais sobre a cultura do novo país. Além de que, estará em contato integral com a nova língua.
d) República: Pesquise no Airbnb e catálogo de casas disponíveis na universidade. O Airbnb é um site inovador que é bem interessante, porém fique atento pois qualquer um pode anunciar um quarto por lá. Converse muito com o anunciante, se certifique de tudo o que você precisará eles oferecem na casa ou te dão alguma opção. Caso escolha um quarto pelo Airbnb, reserve um hotel para os primeiros dias e visite a casa antes de fechar contrato.
e) Apartamento/Casa alugada: Opção mais burocrática, que dependerá das condições de locação do país/cidade de destino. Lembre-se que para locações em geral são exigidos fiadores. Os landlords(proprietários) podem não aceitar estudantes, essa opção pode ser útil caso você queira montar uma república.
Dicas importantes:
I) NUNCA faça depósitos em contas de anunciantes desconhecidos. Contate a Universidade e peça auxílio caso precise.
II) Não feche negócios antes de chegar no país. Vá com alguns dias de antecedência antes de começarem as aulas, fique uns 5 dias em albergue/hostel/hotel, e visite as casas/repúblicas com que fez contato para se certificar de que o local é adequado!
III) Morar in ou off campus, em homestay ou em apartamento, dividindo ou não o quarto cabe unicamente a você decidir. Não há certo ou errado, alguns preferem morar em 8 num só apartamento e pagar muitíssimo barato já outros preferem não dividir quarto e ter privacidade. Essa decisão é sua. Algumas Universidades, no entanto, só te dão opção de moradia in campus!
IV) Faça também contatos com amigos que já estão ou que irão para o mesmo destino. Em grupos do programa no Facebook há diversas discussões entre estudantes que irão para o mesmo país/universidade que você!
V) Desconfie de qualquer oferta muito vantajosa!
5. Recursos Financeiros $$$
O Programa CsF define o valor da bolsa de acordo com as necessidades do universitário no país de destino. Veja os valores aqui!
O primeiro valor que será depositado na sua conta será um adiantamento de 3 mensalidades + dinheiro da passagem ida + auxílio instalação + auxílio material.
Cuidado para não se empolgar, esse valor deverá ser utilizado para arcar os custos dos três primeiros meses. Faça uma simulação dos principais gastos mensais para não comprometer todo o recurso.
a) Gastos Mensais estimados: abaixo um percentual médio
- Aluguel: 45%
- Compras de Supermercado: 15%
- Transporte na Cidade (metrô/bus): 10%
- Alimentação (refeições/lanches na faculdade): 10%
- Plano de Celular: 2%
- Gastos extras: 5%
- Poupança (para passeios/imprevistos): 13%
É sempre bom estimar as despesas mensais, para ajudar na escolha da moradia (qual o máximo poderei gastar por mês, já que é a conta mais representativa).
Os gastos iniciais previstos com a mudança também são importantes para não resultar em despesas desnecessárias pela empolgação inicial. Lembre-se que no primeiro mês talvez seja necessário pagar:
- Passagem de ida.
- Gastos em aeroportos durante conexão.
- Estadia no Albergue/Hotel.
- Primeiro mês de aluguel: alguns locais exigem pagamento do “aluguel de entrada e aluguel de saída”.
- Materiais, que em geral inclui as compras de laptop e celular.
- Itens para adaptação: roupas de inverno, trocas de fechaduras dos quartos, roupas de cama, etc.
b) Troca de Moedas
Então vamos lá. Com o dinheiro na conta, e com o PLANEJAMENTO dos gastos iniciais e despesas mensais, podemos começar as trocas de moedas. Como levar a moeda local?
- Espécie da moeda do país de destino: Troque no Brasil o suficiente para a primeira semana. Gastos com Albergue/Hotel (aqueles que exigem pagamento no local), gastos em aeroportos e deslocamentos na cidade destino e gastos com alimentação e transporte. Leve no máximo 10% do valor em espécie.
- VTM (Visa Travel Money) em moeda do país de destino: opção segura, então obtenha umcartão em uma casa de câmbio, e solicite a gravação do seu nome no cartão (cartão nominal).Coloque cerca de 40% do valor disponível no VTM:
- Conta Corrente do cartão internacional do Brasil: Leve parte dos recursos em um cartão internacional brasileiro, para fazer os saques no exterior quando necessário. Esses valores serão utilizados no segundo e terceiro mês, até o recebimento da quarta mensalidade pelo cartão do CsF. Essa opção é interessante em momentos de oscilações das taxas de câmbio. Consulte as taxas e limites para saques com o seu gerente antes da viagem. Aproveite para desbloquear o cartão para uso no exterior. A vantagem é, no momento do saque a DÉBITO, a taxa de câmbio cobrada será muito próxima da cotação da moeda comercial (e não do valor da moeda turismo, que é sempre maior). Lembrando, que a compra da moeda em espécie e VTM no Brasil utiliza a taxa TURISMO, que é relativamente mais cara. Deixe 50% do valor disponível no cartão do seu banco no Brasil.
Essa divisão (10% espécie, 40%VTM e 50% Cartão da Conta do Banco no Brasil foi feita considerando o valor alto que em geral é depositado antes da viagem, para minimizar os riscos de ir para o país com muito dinheiro no bolso. Segurança sempre!
DICA: Cartã0 de crédito/débito internacional: Libere para transações internacionais para o período que estará fora. A conta poderá ser usada para depósito de recursos complementares/emergenciais daqui do Brasil pelos seus responsáveis. O cartão poderá ser utilizado também na função crédito (cuidado com o risco de variação cambial, e cobrança do IOF 6,38%), assim como para os saques no exterior quando necessário.
6. Outras Dicas:
a) Carteira de motorista internacional, ou PID(Permissão Internacional para Dirigir): quem tem carteira de motorista no Brasil pode emitir a PID direto no site do Detran de sua cidade.
b) Voos com escala/conexão: Se possível, tire os vistos de países que fará conexão, para aproveitar a oportunidade e conhecer novos lugares!
c) Procuração com reconhecimento em cartório: Esse documento pode ser muito importante para resolver qualquer problema (ex.:faculdade no Brasil, bancos, e outros) no Brasil enquanto estiver no exterior. Deixe com alguém de muita confiança (pais/irmãos/responsáveis legais).
d) Remédios: Se faz uso de algum medicamento rotineiro, agende uma consulta com um médico para solicitar receitas. Fique atento às restrições do país de destino.
e) Vacinas: Algumas vacinas podem ser obrigatórias para entrada no país. Pesquise com antecedência!
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