CsF Episódio 0 | SWB Episode 0




Neste post, eu gostaria de esclarecer a todos quando e como surgiu a ideia de participar do programa Ciência sem Fronteiras. 
*This post WILL be available in English very soon!
Um resumo da minha história
Primeiramente, eu nunca, nunca mesmo, imaginei que um dia eu poderia estudar e viver no Canadá, especialmente por conta do meu nível de inglês que era muito básico. Sempre estudei em escola pública: não que isso fosse um problema, mas as oportunidades disponíveis na minha época para alunos da rede pública de ensino eram bem raras (hoje essa situação está mudando). Alunos da rede pública sabem do que eu estou falando. Nós enfrentamos vários desafios (falta de professores, falta de uma estrutura adequada, etc.). Mas como eu disse, isso não foi de fato um barreira para mim. Eu sempre tentei interpretar as oportunidades que eu tinha como únicas, e sendo otimista do jeito que eu sou, eu sempre acreditei que no final as coisas iriam melhorar. E de fato, elas melhoraram.

Ao terminar o último ano do Ensino Fundamental, era chegada a hora de cursar o tão temido Ensino Médio. Foi nesse momento, que eu decidi me inscrever no curso Técnico em Edificações Integrado com o Ensino Médio no antigo CEFET-MA (Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão), hoje IFMA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia). Foi lá que eu tive a oportunidade de conhecer professores incríveis, que sempre me incentivaram a correr atrás dos meus objetivos, e de fazer amigos que vou levar para a vida toda.

O dia em que eu soube do programa CsF
Quando estava no 2º ano do Ensino Médio, a minha professora de Inglês começou a falar sobre o programa CsF durante uma certa aula. Ela, que já tinha ido estudar nos EUA aos 15 anos e, portanto, tinha uma vasta experiência nesse assunto, nos explicou, extraordinariamente, os requisitos, desafios e os benefícios que um intercâmbio poderia proporcionar à nossa vida pessoal e profissional. Foi então, nesse exato momento, que o meu interesse por estudar e viver em outro país surgiu. Porém, eu tinha um grande desafio a superar em ordem de conseguir uma bolsa. Na verdade, dois grandes desafios: ser aprovado em uma universidade pública e ter o nível de inglês exigido. Mas como eu poderia conseguir isso? A minha única alternativa era estudar muito.

Os dois grandes desafios
Como eu sabia que ainda tinha cerca de 3-4 anos até poder me candidatar para o programa, eu decidi me focar no vestibular. Ainda quando eu estava no 2º ano do Ensino Médio eu fui surpreendido pela aprovação no curso em Tecnólogo em Construção de Edifícios, oferecido pelo IFMA, através do Enem. Parecia que essa era A Oportunidade que eu queria e ela estava diante de mim. Porém, nem tudo são flores. Como eu ainda estava terminando o 2º ano, minha escola não me concedeu a autorização para fazer a matrícula na universidade. Claro que eu tinha uma outra alternativa: pagar um advogado particular para conseguir um mandato de segurança, e assim, fazer minha matrícula no curso almejado. Dessa forma, eu e minha mãe estudamos a possibilidade de contratar um advogado para cuidar do caso, mas infelizmente, o valor exigido era muito alto e a minha família não podia arcar com essa despesa naquele momento. Eu lembro que minha mãe ficou muito preocupada com minha reação, mas eu entendia que realmente não era possível arcar com tais gastos devido a nossa situação financeira. E eu decidi desistir (para o bem de todos). "No próximo ano você passa novamente", disse minha mãe, na tentativa de me confortar. "Tudo bem", eu respondi. Mas a verdade que essa experiencia negativa realmente me afetou.

No ano seguinte, eu fiz o vestibular novamente visando o curso de Engenharia Civil no IFMA. Infelizmente eu não fui aprovado. Foi ai que me dei conta que dois anos já tinham se passado desde o momento que decidi me preparar para o CsF, e eu sabia que eu não podia desistir desse plano. Ergui a cabeça e disse a mim mesmo: No próximo ano eu vou passar! Com a ajuda da minha família, consegui ir para um cursinho preparatório para o vestibular, onde eu permaneci por 6 meses. Ainda lembro que tínhamos aulas de domingo a domingo, manha e tarde. Durante esses seis meses a minha vida era resumida em estudar. Claro que eu sempre tirava um tempinho para praticar violino e piano, e ir a igreja/conversar com meus amigos também. Mas nada de Facebook, ou cinema, ou coisas do tipo. Eu sabia que precisava me focar completamente se quisesse ser aprovado. No final daquele ano (2012), eu prestei vestibular. Eu fiz o Enem e também fiz o vestibular tradicional para Arquitetura na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Ambos foram difíceis, mas o vestibular para Arquitetura exigiu mais: foram três fases, incluindo um teste de Habilidade Específica que todos os aplicantes deviam se submeter. Foi bem difícil. 

Em Janeiro de 2013, eu recebi os resultados dos exames. O primeiro que recebi foi o de Arquitetura: depois de três longas fases, eu fui aprovado e entre os primeiros lugares! Uma alegria que eu nunca vou esquecer. Um alívio que não é possível explicar em palavras. Contudo, uma semana depois eu recebi os outros resultados: fui aprovado para o curso de Engenhara Civil no IFMA e para o curso de Direito, na Universidade Federal do Maranhão. E agora? Qual profissão seguir? Eu estava totalmente confuso e perdido no meio de tantas opções pois não esperava ser aprovado em todas.

A decisão
Depois de muita reflexão, de todos os conselhos de familiares e amigos, eu cheguei a uma decisão. Eu sabia que eu tinha que fazer o que eu gostaria de fazer e não o que os outros gostariam que eu fizesse. Foi então que eu optei pelo curso de Engenharia Civil. Eu já tinha o curso Técnico em Edificações, então eu já sabia o que esperar do curso. Analisando essa decisão hoje, eu posso dizer com absoluta certeza que foi a melhor escolha que eu fiz e eu estou feliz com ela.

E o Ciência sem Fronteiras?
Passar no vestibular era um dos desafios a ser vencidos (e eu venci!). O próximo desafio era o inglês. Pois bem, iniciei o curso de Engenharia Civil em marco de 2013 e em maio do mesmo ano, ou seja, dois meses depois de eu ter entrado na faculdade, o CsF abriu as inscrições para 10 países. Eu analisei todos os requisitos, e o país que estava exigindo a menor nota no inglês era o Canadá. Além disso, minha universidade estava oferecendo o teste de proficiência na língua inglesa, o TOEFL, gratuitamente. Foi ai que eu, juntamente com outros três amigos, nos inscrevemos na chamada 147/2013 - ACCC para os Colleges Canadenses.

Apesar da minha inscrição imediata, eu sabia que não tinha um nível de inglês suficiente para ser selecionado por um college no Canada. A Associação das Faculdades Comunitárias Canadenses
(ACCC) estava exigindo 400 pontos no TOEFL ITP, o que era uma pontuação considerada baixa se comparada com a pontuação exigida pelos demais países, mas eu sabia que meu nível de inglês não era suficiente. Além disso, o programa pede que você tenha no mínimo 20% do curso até a data da viagem, que estava marcada para Dezembro de 2013 e até essa data, eu não teria 20% do curso. Outro fator importante era que essa chamada era para os Colleges Canadenses (diferente de Universidade), e muitas pessoas não estavam querendo se inscrever por conta disso. Para algumas pessoas status é tudo, então, ir para Colleges não teria o mesmo status de ir para Universidades.

Portanto, essa era a minha situação: me inscrever ou não? O que fazer agora? Desistir? Esperar outro edital com uma nota mais baixa? Levar o que os outros pensam em consideração?

Bem, eu tomei uma decisão e ela desencadeou uma séries de implicações. Qual foi a minha decisão? Será que foi a melhor decisão a ser tomada? 

Você saberá no próximo episódio desta saga! :)

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